Frete mínimo: CNI estima alimentos até 83% mais caros.
Para evitar os impactos, a CNI estuda adotar medidas judicias e administrativas.
Equipe Focus
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Com encarecimento do transporte, a política do frete mínimo pesará na mesa do consumidor. Conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o preço de aves e suínos, por exemplo, pode subir até 83%. Já o arroz teria aumento entre 35% e 50%. A estimativa foi divulgada em nota na qual a entidade afirma avaliar medidas judicias e administrativas contra a tabela.
Outro setor atingido seria o da indústria de papel e celulose, com aumento de até 30%. No texto, divulgado nesta quarta-feira, 6, a Confederação alerta que a tabela implantada pelo Governo Federal para conter a greve dos caminhoneiros causa “prejuízos extremamente danosos para uma economia já fragilizada e para a população brasileira”. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) também se posicionou contra a tabela de frete mínimos, nesta quarta-feira, 6.
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Leia nota na íntegra:
“A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que o estabelecimento de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas provoca prejuízos extremamente danosos para uma economia já fragilizada e para a população brasileira. A medida estabelecida pelo governo e regulamentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já impacta todos os setores da indústria e terá efeitos imediatos no bolso dos consumidores, uma vez que o preço dos fretes aumentou substancialmente.
Para se ter uma ideia, o transporte de arroz pelas rodovias do país terá aumento de 35% a 50% no mercado interno e de 100% para exportações. Na indústria de aves e suínos, o impacto do tabelamento sobre o custo do transporte foi calculado em 63%. O frete de rações para alimentar os animais tende a aumentar 83%. No setor de papel e celulose, a alta do preço para transportar os produtos será de 30%. O aumento do frete nestes e nos demais setores, certamente, deixará as mercadorias mais caras, penalizando ainda mais a população.
Em reunião realizada nesta quarta-feira, na sede da CNI, em Brasília, representantes das associações industriais e federações estaduais da indústria fizeram uma avaliação dos impactos da greve dos caminhoneiros e das medidas anunciadas pelo governo para estancar a crise. É consenso no setor que a tabela de preços mínimos é insustentável.
PREJUÍZOS BILIONÁRIOS – A indústria brasileira sofreu prejuízos bilionários com a greve dos caminhoneiros. Além disso, foi impactada com a redução da alíquota do programa Reintegra, que restitui impostos indiretos cobrados na cadeia produtiva das exportações, e com a reoneração da folha de pagamento, que aumentou a carga tributária para 28 setores da economia. Ambas as medidas foram tomadas pelo Governo para compensar a redução do preço do diesel – o estopim da greve que parou o Brasil.
A avaliação é de que não só cidadãos comuns e empresários, mas também os próprios caminhoneiros autônomos terão prejuízos incalculáveis com a medida. De imediato, desde que a tabela mínima entrou em vigor, diversas indústrias reduziram as remessas de cargas e outras estão avaliando verticalizar a operação, o que significa a montagem de frotas próprias de caminhões, em razão dos altos preços do frete.
A CNI, representando as associações e federações estaduais de indústria, está avaliando possíveis medidas judiciais e administrativas contra as normas que estabeleceram valor mínimo de transporte de carga para o Brasil.”
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