Sindicatos do crime financiam campanhas no Ceará.
O fim da doação pelas empresas abriu o flanco para o crime organizado bancar candidaturas.
Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br
Quando da provação pelo Supremo da regra que proibia a doação de empresas para as campanhas eleitorais, chamei a atenção em meus artigos no O Povo para a nefasta consequência. O raciocínio era simples: o crime organizado, que só trabalha com dinheiro vivo, passaria a ter forte influência no jogo eleitoral.
A medida foi delirantemente apoiada e intensamente aplaudida pelos incautos vestais, muito embora nada em nossa Constituição impeça a doação por parte de empresas. Foi uma leitura livre e bem ao gosto de nosso tempo, que criminaliza a política e a iniciativa privada.
Agora atentem para a seguinte nota publicada pela coluna Poder em Jogo, do O Globo:
Prefeitos de pequenas cidades do interior de Maranhão, Piauí e Ceará têm recebido visitas de senhores bem-vestidos, alguns advogados, interessados em conversar sobre as eleições para as Assembleias Legislativas e o Congresso, em outubro. O diálogo começa sempre com amabilidades e avança para a pergunta: ‘O que o senhor precisa, financeiramente, para apoiar alguns dos nossos candidatos?’ Em pouco tempo fica claro: são representantes de milícias rurais, também conhecidas pelos nordestinos como sindicatos do crime.
Nenhum comentário:
Postar um comentário