A eleição para a presidência do Senado coloca o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) em disputa novamente. Logo depois de tomarem posse na 4ª feira (1º.fev.2023), os senadores elegem quem comandará a Casa.
Na disputa estão os senadores Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preferência do governo, e Rogério Marinho (PL-RN), do mesmo partido de Bolsonaro.
O governo Lula age para demover votos contrários a Pacheco. O Poder360 apurou que senadores foram procurados na 2ª feira (30.jan) por integrantes do Executivo para discutir mais espaço no governo. O Palácio do Planalto não esperava o crescimento de Marinho às vésperas da eleição.
Bolsonaro fez uma breve fala por videochamada durante jantar de confraternização do PL em Brasília, na 2ª feira (30.jan). Dirigindo-se aos congressistas do partido, o ex-presidente deu as boas-vindas aos novos eleitos e declarou apoio à candidatura de Marinho à presidência do Senado “pelo reequilíbrio entre os Poderes”.
O ex-ministro de Jair Bolsonaro parte de 23 votos com apoio do bloco PP-PL-Republicanos. Conta, além desse montante, com os 3 filiados ao PSDB e dissidências no União Brasil, MDB, Podemos e até no PSD, partido de Pacheco. Marinho ainda conversa com o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre a possibilidade de o cearense desistir de sua candidatura. Com isso, conseguiria mais 2 ou 3 votos. Para ganhar a disputa no 1º turno, o candidato precisa de 41.
Pacheco diz ao seu grupo que continua à frente na corrida. Segundo apurou o Poder360, Otto Alencar (PSD-BA) fez a ponte entre alguns senadores e o Planalto para conversas sobre o pleito de 4ª feira (1º.fev). Ele esteve na 2ª feira (30.jan) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Procurados pela reportagem, nem o congressista, nem o ministro responderam a mensagens e ligações.
Apesar do crescimento de Marinho na reta final da eleição, há ainda ponderações de senadores de vários espectros sobre as surpresas que as votações secretas reservam. Para ele, muitas mudanças podem acontecer no curto período até a abertura das urnas.
Publicamente, representantes do Planalto demonstram confiança. O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), negou temer uma vitória de Marinho. Disse que não haverá mais que “uma ou outra” traição a Pacheco. “Não acho que [Marinho] é candidato para ganhar, [ainda mais com] ele firmando essa posição de guerreiro da truculência”, declarou.
COMO ESTÁ A DISPUTA
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é o favorito na disputa pela presidência do Senado. Diz a aliados que sairá vitorioso com mais de 50 votos. O principal adversário, o senador eleito Rogério Marinho, porém, aposta nos indecisos. Fala ter até 34 votos como garantidos (o que mostra haver senadores prometendo votos aos 2 candidatos). Na 2ª feira (30.jan), ampliou a expectativa e disse bater 40.
- Marinho diz não haver jogo ganho e declara a aliados: os indecisos definirão a eleição.
Oficialmente, Pacheco tem apoio de 6 partidos e Marinho, de 3. Porém, com o voto secreto, haverá traições de ambos os lados.
É eleito no Senado quem recebe a maioria absoluta dos votos (41 senadores). Se nenhum candidato alcança esse número, os 2 mais votados vão para um 2º turno de votação. Todos os ex-presidentes venceram no 1º turno.
O atual presidente recebeu apoio de 6 partidos –seja formal ou tácito. É apoiado por PSD, MDB, PT, União Brasil, PSB e PDT. A Rede e o Cidadania, com 1 senador cada, também o apoiam. Mas os 2 filiados a essas siglas, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), decidiram trocar de legenda. Vão para o PT e o PSD, respectivamente.
Pacheco articulou mudanças que devem fazer com que o PSD, sua legenda, tenha a maior bancada. Marinho tem 3 siglas alinhadas à sua candidatura: PL, Progressistas e Republicanos. Podemos e PSDB são vistos como bancadas indefinidas, mas a maioria de seus integrantes tende a votar em Marinho.
No sábado (28.jan), ao lançar sua candidatura, Marinho acenou aos partidos de centro. Disse que, se for eleito em 1º de fevereiro, assinará a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os ataques do 8 de Janeiro. Ele criticou o atual governo que, segundo ele, antes era favorável às investigações e agora passou a ser contra.
Fonte- msn.com
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