Legenda: Fundeb é hoje a principal fonte de financiamento da educação básica
Aprovada ontem por unanimidade pelos senadores, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) torna permanente o principal fundo de financiamento da educação do País e eleva a participação da União em repasses de recursos.
O Congresso Nacional promulga nesta quarta-feira, às 11h, a PEC 26/2020, que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e também aumenta a participação da União no repasse de recursos.
Com 79 votos favoráveis no primeiro e no segundo turno de votações, o Senado aprovou, ontem, a proposta de emenda à Constituição. Não houve votos contrários ao texto que entrará na Constituição como a Emenda 108.
A PEC torna permanente o Fundeb, que, pela legislação atual, acabaria no fim deste ano. O texto também aumenta dos atuais 10% para 23% a participação da União no Fundo. Essa participação será elevada de forma gradual entre 2021 e 2016: em 2021 a complementação da União começará com 12%; passando para 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; e 23% em 2026.
Os valores alocados pelo Governo Federal continuarão a ser distribuídos para os entes federativos que não alcançarem o valor anual mínimo aplicado por aluno na educação. Da mesma forma, o fundo continuará recebendo o equivalente a 20% dos impostos municipais e estaduais e das transferências constitucionais de parte dos tributos federais.
Os entes federativos deverão usar os recursos do Fundeb exclusivamente em sua atuação prioritária definida na Constituição: os municípios cuidam da educação infantil e do ensino fundamental; e os estados, do ensino fundamental e médio. Assim, o dinheiro não poderá ser aplicado, por exemplo, em universidades, pois o ensino superior é de responsabilidade prioritária do Governo Federal.
Tramitação
O Fundeb foi criado em 2007 de forma temporária, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).
O texto foi fruto de consenso entre os parlamentares e vem sendo debatido de forma sistemática desde o início de 2019. Todos os partidos apoiaram a PEC no Senado.
Em 2019, o Fundeb distribuiu R$ 156,3 bilhões para a rede pública. Atualmente, garante dois terços dos recursos que os municípios investem em educação.
ICMS
A PEC também prevê que os estados aprovem legislação, no prazo de dois anos a partir de sua promulgação, para distribuir entre os municípios parte dos recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade. O modelo é inspirado em estados como o Ceará, que alcançou bons resultados educacionais, e trata de recursos de fora do Fundeb.
Atualmente os estados repassam parte do ICMS arrecadado (25%) às cidades. A PEC diminui o total repassado proporcionalmente às operações realizadas no território de cada município e aumenta o mesmo tanto no repasse que nova lei estadual deverá vincular às melhorias na educação.
O relator da PEC no Senado, Flávio Arns (Rede-PR), fez apenas uma alteração no texto oriundo da Câmara, que garantia repasses do Fundeb para escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas em caso de falta de vagas na rede pública. O trecho era redundante ao que já é previsto na Constituição. Por se tratar de supressão, não há necessidade de o texto voltar à Câmara.
Fonte-diariodonordeste.verdesmares.com.br
Blog Nilson Técnico Bosch.
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