terça-feira, 22 de maio de 2018

Economia- Petróleo

Combustíveis: o governo assopra, a Petrobras morde

por Redação* — publicado 21/05/2018 19h11
Michel Temer convoca ministros para debater a greve dos caminhoneiros, enquanto a estatal reajusta os preços mais uma vez na terça-feira 22.


Os caminhoneiros protestam em todo o País
Enquanto o Palácio do Planalto demonstra preocupação com a greve dos caminhoneiros, a Petrobras joga lenha na fogueira. A estatal anunciou mais um reajuste nesta terça-feira 22 dos derivados nas refinarias. A alta chega a 1%. Em maio, o aumento passa de 12%.
Michel Temer convocou uma reunião com ministros e aliados políticos para discutir os protestos dos caminhoneiros. Uma greve prolongada tende a piorar ainda mais a situação da combalida economia brasileira. O governo, especula a mídia, estaria disposto a reduzir os impostos para impedir a escalada de aumento da gasolina e do diesel. 
Foram convocados para a reunião os ministros Moreira Franco (Minas e Energia), Eduardo Guardia (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), Esteves Colnago (Planejamento) e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
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Pela manhã, os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara, Rodrigo Maia, anunciaram para o dia 30 uma Comissão Geral no Congresso que deverá acompanhar os desdobramentos da política de reajuste de preços de combustíveis no País.
Guardia disse que o governo examina a redução de tributos incidentes sobre os combustíveis, mas não tem ainda nenhuma decisão sobre o assunto. Em teleconferência com jornalistas estrangeiros, ele afirmou que medidas para reduzir as alterações constantes nos preços estão sendo discutidas, mas destacou que o governo não tem neste momento “flexibilidade fiscal”. 
Maia afirmou que o governo não se preparou para os impactos da política de reajustes da Petrobras. “Não se pensou em políticas compensatórias”, declarou o pré-candidato à presidência da República.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a Petrobras também reduziu a carga das refinarias, que operam atualmente com 75% da capacidade em vários estados. A medida visaria beneficiar os importadores de combustíveis. No ano passado, o Brasil importou mais de 200 milhões de barris de derivados de petróleo, número recorde da série histórica da Agência Nacional do Petróleo
“As importadoras de derivados aproveitaram a redução de carga das refinarias da Petrobrás para entrar no mercado de derivados brasileiro. Nosso país é o sete maior consumidor de derivados do mundo. A Petrobrás abriu mão de ofertar derivados ao país e passamos, assim, a depender, em grande medida, das importações de derivados de outros países, principalmente dos EUA”, alerta o economista Cloviomar Cararine, técnico do Dieese e assessor da FUP.
* Com Agência Brasil 



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