O presidente da Câmara de Juazeiro do Norte, Darlan Lobo (MDB), quebrou o silêncio sobre a investigação que o manteve afastado por 180 dias, por fraudes em licitação entre os anos de 2018 e 2019. Darlan reassumiu o comando do Poder Legislativo a menos de um mês, mas somente na sessão de quinta-feira (02) falou sobre o afastamento.
O presidente apresentou requerimento pedindo a suspensão imediata dos contratos das empresas Cosampa e Construtora Coral, responsáveis pela iluminação pública e por obras no Município, respectivamente. O documento foi direcionado ao prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), ao controlador Fernando Torres, e os secretários de Educação, Pergentina Jardim; Meio Ambiente, Diogo Machado; e Infraestrutura, José Maria Pontes.
Além disso, Darlan pedirá a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que ele mesmo seja investigado pela Câmara. “Se ficar comprovado meu envolvimento com essas empresas e com fraudes em licitações, minha pena pode vir dobrada”, desafia.
Darlan argumenta que, no inquérito policial pelo qual foi afastado, as empresas aparecem agindo em conluio para fraudar licitações, mas tiveram mantidos os contratos em Juazeiro do Norte, foco da investigação. O presidente questiona porque só ele foi punido, entre mais de 200 investigados. “A peia é pra mim, e o dinheiro público é pra eles”, desabafou.
Em entrevista, Darlan deixa a entender que as empresas estão sob proteção judicial. “Suspeitaram que eu tinha envolvimento e eu fui suspenso das minhas funções. Não tenho nenhuma revolta, vou tentar superar. Agora, eu quero ver os outros que fraudaram na verdade [...] Descobriram fraude nesses esquemas que eu venho denunciando há mais de 15 anos nesta Casa, e ninguém nunca me ouviu”, disse.
Darlan apontar outras denúncias contra a Coral, em obras na gestão do ex-prefeito Arnon Bezerra. “A Coral, já denunciei lá atrás. Pedi duas tomadas de contas para ela e nunca veio nada. Denunciei o superfaturamento da Praça Padre Cícero e nunca veio nada”, disse e completou: “e se comprove que eu fui o chefe, as empresas têm que ser punidas. Ninguém faz nada só e eu não vejo punição, por quê?”
CPI – O presidente Darlan Lobo quer provar que não existe relação entre ele e as empresas apontadas nas investigações policiais. Darlan foi afastado em 18 de novembro de 2021, junto com os vereadores Capitão Vieira Neto (PTB) e Beto Primo (PSDB), suspeitos de envolvimento em exploração de jogo do bicho. Os três retornaram à Casa no dia 17 de maio. Segundo a Polícia Civil, a Operação Públio Vatínio está em fase final.
CRISE – Darlan reassumiu o Poder Legislativo em meio uma crise. Somente nos primeiros 18 meses dessa legislatura (2021-2024), foram quatro afastamentos e uma cassação de mandato. O vereador David Araújo (PTB) teve o mando cassado pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral e o vereador Marcio Joia (PTB) também foi afastado por 180 dias. Na primeira sessão que reassumiu o Poder, Darlan denunciou o sumiço de R$ 1,2 milhão dos cofres da Câmara, responsabilizando o presidente interino Willian Bazílio-Bilinha (PMN). Além de assumir com um déficit de R$ 32 mil, Darlan teve que pedir antecipação de receita ao prefeito Glêdson Bezerra. O déficit da Casa chega a R$ 400 mil em maio. Segundo o próprio Darlan não está descartada uma auditoria nas contas.
Fonte-cn7.com.br-jornaldocariri.com.br
Blog Nilson Técnico Bosch Informa;
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