Presidente Jair Bolsonaro em visita ao Paraná (Foto: Isac Nóbrega/PR)
Apesar de criticar o fundo eleitoral, o presidente propõe agora sancionar o dobro do valor autorizado em 2020.
"Vamos deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante, tá? A lei garante R$ 4 bilhões. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei eu estou incurso em crime de responsabilidade. Espero não apanhar do pessoal como sempre", afirmou Bolsonaro, fazendo referência à recomposição inflacionária dos últimos quatro anos prevista na legislação.
Na sequência, ele reclamou de críticas que recebe de setores da direita. "Se começar a bater muito, vão ter que escolher no segundo turno Lula ou Ciro. A crítica é válida quando ela tem fundamento pessoal, simplesmente. Igual à história do leite condensado. Parte da direita bateu tanto em mim que falei: 'pelo amor de Deus. Será que tô consumindo tanto leite condensado assim?'", reclamou, para risadas dos apoiadores.
Na semana passada, o presidente garantiu que vetaria “o aumento do fundo eleitoral”. Encurralado entre o desgaste de sua popularidade e a dependência do Centrão no Congresso Nacional, Bolsonaro enfrenta um difícil desafio entre vetar ou sancionar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com previsão de R$ 5,7 bilhões para o fundão que foi aprovado pelo Congresso.
Em 2020, Bolsonaro sancionou o fundo eleitoral no valor de R$ 2 bilhões. Ele defendeu que poderia sofrer impeachment por crime de responsabilidade caso optasse pelo veto. Logo depois, em contradição, o mandatário apoiou a campanha "não vote em quem usa o fundão". Agora, apesar de criticar o fundo, ele propõe sancionar o dobro do valor.
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