A empresa disse ter firmado um acordo para o fornecimento de 200 mil metros cúbicos.
A White Martins lançou uma nota nesta quinta-feira (25) negando comandar um cartel de oxigênio. A empresa disse que firmou um acordo com o Governo do Estado para entrega de 200 mil metros cúbicos de oxigênio líquido pelos próximos 15 dias. E disse, inclusive, que parte, cerca de 84 mil metros cúbicos, foram repassados nesta segunda (22).
A empresa explicou que produz, diariamente, cerca de 150 mil metros cúbicos de oxigênio e que parte dessa produção, 10 mil metros cúbicos, vão ser repassadas por dia. Em reunião anterior com Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e com a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), a White Martins afirmou ter firmado um acordo para a disponibilização de um volume de 80 mil metros cúbicos de oxigênio líquido por mês para Messer, empresa que atende os distribuidores e revendedores dos municípios.
A White Martins, no entanto, explicou que o abastecimento de oxigênio não depende apenas da produção e da disponibilidade do produto, mas também das condições de transporte entre as plantas produtoras e os locais de entrega, que muitas vezes não permitem o acesso de equipamentos de maior porte como carretas.
Entenda
O deputado federal Capitão Wagner (PROS) usou a tribuna da Câmara, em Brasília, para denunciar o cartel do oxigênio da empresa White Martins no Ceará. Ele pediu providências ao Ministério da Saúde, para que seja assegurado insumo no trabalho da Fábrica de Oxigênio de Caucaia, comandada pelo prefeito Vítor Valim (PROS). Atualmente, o gestor do município precisa comprar o insumo do Rio de Janeiro, há 3 mil km, quando podia adquirir a 20 km.
A White Martins tem uma postura desrespeitosa com povo cearense. Há a possibilidade da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.
Leia nota na íntegra:
“A White Martins esclarece que, desde que foi informada sobre a situação crítica de abastecimento de oxigênio nos estabelecimentos assistenciais das redes municipais de saúde não atendidos pela empresa, a companhia se colocou à disposição para colaborar em caráter emergencial e excepcional com as autoridades locais do Ceará. Observando a urgência desta crise sanitária, mesmo não sendo a empresa responsável pelo fornecimento e distribuição do produto a esses municípios, a White Martins tem participado de todas as reuniões capitaneadas pelo governo do estado, pelo Ministério Público e pela Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) de forma transparente com o objetivo de atender às solicitações das autoridades e ao mesmo tempo cumprir integralmente os contratos vigentes com os seus clientes medicinais públicos e privados na região, incluindo todas as unidades da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.
Em reunião realizada com o Ministério Público e outras autoridades governamentais, no dia 23/03, a White Martins se comprometeu a disponibilizar ao governo estadual, pelos próximos 15 dias, 200 mil metros cúbicos de oxigênio líquido, incluindo 84 mil metros cúbicos que já foram retirados até 22/03. O governo estadual assumiu a responsabilidade de prover oxigênio medicinal para estes municípios e indicou a empresa Silton que fará a retirada do produto na planta da White Martins com um limite diário de 10 mil metros cúbicos de oxigênio líquido. Este procedimento será realizado obedecendo às normas de segurança de abastecimento de veículos criogênicos com o objetivo de garantir a continuidade das operações da White Martins.
Em reunião anterior com Ministério Público e Aprece, realizada no dia 12 deste mês, a White Martins já havia firmado a disponibilização em caráter excepcional de um volume de 80 mil metros cúbicos de oxigênio líquido por mês para Messer, que é a fornecedora que atende os distribuidores e revendedores dos municípios em questão. Na ocasião, a Messer informou que este seria o volume suficiente para atender seu mercado medicinal na região.
Os clientes medicinais atendidos pela White Martins também têm apresentado um crescimento exponencial no consumo de oxigênio, que registrou um aumento de 300% entre os meses de janeiro e março de 2021. Mesmo com este consumo abrupto, a empresa segue fornecendo oxigênio a todos seus clientes. A capacidade nominal de produção da planta da White Martins em Pecém (CE) é de 150 mil metros cúbicos por dia. Além da demanda local, a unidade de Pecém fornece gases medicinais e industriais para outros estados das regiões Norte e Nordeste. Diante do cenário atual, esta unidade, assim como todas as demais plantas da White Martins no Brasil, está trabalhando 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana, para disponibilizar a maior quantidade possível de oxigênio.
O abastecimento de oxigênio não depende apenas da sua produção e da disponibilidade do produto. As condições de transporte entre as plantas produtoras e os locais de entrega, que muitas vezes não permitem o acesso de equipamentos de maior porte como carretas, agravam demasiadamente o atual estresse logístico dos recursos de distribuição disponíveis no país. Muitas unidades de saúde têm apresentado um aumento de consumo de oxigênio que vai além da sua capacidade de estoque instalada e da sua própria infraestrutura hospitalar de redes e central reserva de cilindros.
Na comparação entre dezembro de 2020 e março de 2021, a White Martins acrescentou à sua frota de distribuição de oxigênio líquido em todo o país um total de 87 equipamentos, entre isotanques, carretas criogênicas, caminhões e tanques criogênicos móveis. Além disso, a empresa reforçou suas operações com mais 45 motoristas que antes de assumirem suas funções precisam passar por capacitações específicas que podem levar até quatro meses. A empresa está importando neste momento em caráter emergencial 13 carretas do Canadá com previsão de chegada até abril deste ano.
Entre janeiro e 23 de março de 2021, a White Martins já realizou 197 adequações de estocagem de oxigênio em seus clientes ao redor do país. Em todo o ano de 2020, a companhia realizou 236 operações deste tipo. Para a viabilidade destas operações são necessários investimentos expressivos em tanques criogênicos, cujos prazos de fabricação variam, atualmente, de 90 a 120 dias. A execução destas adequações demanda profissionais especializados, a movimentação de equipamentos que pesam toneladas e uma coordenação junto às concessionárias de energia e à Companhia de Engenharia e Tráfego. O planejamento de cada atividade leva em média cerca de uma semana e sua execução dura em torno de um dia.
A empresa seguirá cumprindo seu papel social, colaborando com as autoridades públicas no sentido de facilitar o fornecimento e a distribuição de oxigênio no Ceará e em todo o Brasil.“
Fonte-cn7.com.br
Blog Nilson Técnico Bosch.
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