PSDB deu o que tinha que dar em SP, diz Skaf ao lançar pré-candidatura.
Críticas aos governos tucanos e a
defesa do governo Michel Temer permearam os discursos de apoio à
pré-candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo, lançada neste
sábado (5) em Jaguariúna (a 130 km de São Paulo).
"Sinto que há um ciclo se encerrando no governo de São Paulo, um
ciclo que durou até muito tempo", afirmou o presidente da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para quem os
problemas do estado "são os mesmos de dez, 20 anos".
"Quem esta aí [no governo], com todo o respeito ao PSDB, já deu o que tinha que dar", disse Skaf.
O agora pré-candidato do MDB ao Bandeirantes discursou em um palco
onde estavam Temer, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e os
senadores paulistas do partido, Airton Sandoval e Marta Suplicy, além de
parlamentares da legenda. O evento também marcou o lançamento da
pré-candidatura de Marta à reeleição.
Skaf tem 20% das intenções de voto para governador, de acordo com
pesquisa Datafolha mais recente, de abril. O percentual o coloca em
segundo lugar na preferência do eleitor paulista, atrás do ex-prefeito
paulistano João Doria (PSDB), que registrou 29 pontos nessa mesma
sondagem.
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O número, segundo o discurso do deputado federal Beto Mansur,
recém-filiado ao MDB, foi suficiente para inserir Skaf na disputa, e ao
que o dirigente empresarial não é "café com leite" -especulava-se que
Skaf seria candidato a vice-governador.
Ligado ao empresariado como Doria, Skaf disse que é político. Na
campanha à prefeitura, em 2016, o tucano dizia não ser político, mas
gestor: "Não pode falar que não é político, não. A política é uma das
coisas mais maravilhosas que se tem", afirmou Skaf.
Em tom de candidato, o emedebista falou em um programa de governo que
parece privilegiar a educação. Criticou políticas dos governos tucanos,
sobretudo o atraso na entrega de obras de transporte, como as do metrô.
Ele também questionou o discurso do ex-governador Geraldo Alckmin,
que costuma mostrar a redução dos índices de homicídio no estado como um
sinal de êxito na segurança pública. Citou os índices de furto e roubo,
além dos "pancadões" de funk e o uso de crack.
"Não dá para se orgulhar da segurança em São Paulo, não há sensação de segurança", disse Skaf.
Críticas às mais de duas décadas de governo do PSDB no Estado foram
frequentes entre os emedebistas. O deputado estadual Jorge Caruso
comparou o período a um império. Marta Suplicy falou em mediocridade.
"Xô, tucano, desocupa o beco que tem gente competente pra assumir",
disparou o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho.
Nos bastidores, como a Folha de S.Paulo noticiou neste sábado, Temer
tem mostrado disposição para conversar com Alckmin sobre o apoio a uma
única candidatura de centro nas eleições presidenciais.
A jornalistas, ao final do evento, Skaf disse concordar com a
unificação em torno de uma candidatura presidencial de centro, mas não
respondeu se o nome de Alckmin seria o mais adequado. Disse que não iria
"fulanizar" o assunto e que as decisões finais sobre coligações e
candidaturas serão formalizadas apenas em junho.
Temer não falou a jornalistas e, em seu discurso, defendeu os nomes
de Skaf e Marta, sem citar a própria candidatura à reeleição. Afirmou
apenas que ele e Meirelles estarão juntos nas eleições -por isso seu
ex-ministro da Fazenda se filiou ao MDB.
O presidente aproveitou a ocasião em que disse se sentir em casa para
defender resultados econômicos de seu governo. Falou da redução da taxa
de juros e da inflação. Defendeu o teto de gastos públicos e afirmou
que o desemprego não está crescendo no país -esse aumento nos índices,
segundo o emedebista, se deve ao fato de que as pessoas estão mais
estimuladas a procurar emprego, considerando a recuperação da economia.
Questionado se, com baixos índices de aprovação, Temer será um bom
cabo eleitoral em 2018, Skaf responde que esta eleição será diferente:
"Não adianta ficar buscando padrinhos. Os métodos de votar em quem
indicou não deram certo".
Para o pré-candidato do MDB, o eleitor não se concentrará em partidos
– todos estão com a imagem ruim, ele diz–, mas na figura do candidato.
"O eleitor vai escolher pessoas", afirmou. Com informações da
Folhapress.
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