Ciro espera atrair o eleitorado de Bolsonaro.
O presidenciável Ciro Gomes (PDT) reafirma: a
corrida presidencial deste ano deve ser “muito parecida” com a de 1989,
com múltiplas candidaturas e rompimento da lógica de polarização vista
na última década. “Estamos claramente vivendo um fim de ciclo”. O
pré-candidato à Presidência crê ainda que eleitores da direita o
considerarão alternativa.
As declarações foram dadas em entrevista ao Diário Catarinense (DC),
publicada nessa segunda-feira, 23. Dentre outros assuntos, Ciro expôs as
diferenças exigidas pelo eleitor atualmente descrente da política. O
“colapso” dos poderes e a relação com Lula e o PT complementaram o
discurso sobre as manobras jurídicas e a prisão do ex-presidente.
Sobre a antipolítica e as intenções de voto que as pesquisas mostram
voltar-se a Jair Bolsonaro (PSL), o ex-governador do Ceará reconheceu
haver motivos para descrença, os quais abrangem o desemprego, corrupção,
desassistência do governo e falta de segurança. Criticou ainda a
relação de Bolsonaro com o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), o
presidente da Assembleia Jorge Picciani (PMDB) e conselheiros do
Tribunal de Contas afastados dos cargos.
“A maioria deles (eleitores de Bolsonaro) vai me achar, com certeza.
Porque é uma turma que está preocupada com autoridade. Preocupada com
uma fórmula para a segurança pública, à qual ele toscamente oferece
arma. Violentando tudo que há de razoável na experiência humana e na
literatura. Ou seja, vamos transformar o argumento da Justiça e da
política em um velho faroeste, um bangue-bangue no Brasil?”, declarou
Ciro ao DC.
Governo
Ciro mostrou ainda abertura a parcerias para o governo. Falou de
Geraldo Alckmin e Marina Silva. “Quero levar essa campanha de maneira
que a gente só extreme o argumento contra o absurdo do governismo e o
absurdo do protofascismo que está aí. O resto, a gente precisa fazer um
debate de uma maneira tal que no dia seguinte o Brasil possa se
reconciliar”.
À economia, ele defendeu a taxação de heranças, de grande fortunas,
mudanças no sistema tributário e as responsabilidades da Federação
quanto a saúde e educação. E ainda o apoio aos estados “quebrados” e
municípios em dificuldade, em “conserto do pacto federativo”.
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