sábado, 29 de fevereiro de 2020

Bolsonaro quer mudar acordo com Congresso e retirar controle de relator sobre emendas


Jair Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro quer mudar o acordo firmado entre o Planalto e o Congresso e retirar o controle do relator do Orçamento 2020, deputado Domingos Neto, sobre as emendas parlamentares. Uma reunião entre Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está marcada para a próxima segunda-feira a fim de reverter o poder do relator sobre esse tipo de orçamento.

Confira:

Bolsonaro só prorrogou GLO após governadores anunciarem envio de tropas ao CE


Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro decidiu prorrogar até o dia 6 de março as ações das Forças Armadas na área de segurança no estado do Ceará, que lida com um motim de policiais militares. O anúncio, por meio de GLO, Garantia da Lei e da Ordem, só aconteceu após os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Piauí, Bahia e Maranhão anunciarem envio de tropas para o Ceará como reforço. A informação é destaque neste sábado (29) no jornal O Globo e revela o confronto entre governadores e o Planalto.

Confira:

Forças Armadas vão dar proteção à ALCE durante sessões neste final de semana em votação de PEC


As Forças Armadas vão garantir a segurança na Assembleia Legislativa do Ceará durante as sessões neste final de semana, que irão discutir e votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe a anistia a polícias militares grevistas e amotinados. O presidente da Casa, José Sarto, acertou o reforço de segurança com o comando da GLO no Ceará.

Fonte-cn7.com.br

Blog Nilson Técnico Bosch

Em tempo

Senado convoca sessão para analisar vetos ao Orçamento na terça-feira.


Congresso vai analisar os vetos de Bolsonaro ao Orçamento Impositivo na próxima terçaFoto: Agência Senado

Com tensão entre poderes, Senado marcou para a próxima terça sessão para analisar vetos presidenciais ao Orçamento.


Em meio à incerteza sobre a manutenção do acordo firmado entre Executivo e Legislativo e diante do aumento do número de focos de tensão entre parlamentares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou para terça-feira (3) sessão do Congresso para análise dos vetos do presidente Jair Bolsonaro ao Orçamento Impositivo. A sessão foi marcada, ontem, e está prevista para 14h do primeiro dia de trabalho dos parlamentares depois do Carnaval.
O veto a trechos do Orçamento Impositivo é o quarto de uma pauta de nove itens.
Antes dele, há vetos à lei que altera a Lei do Simples Nacional; à legislação que institui o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); à regulamentação do contrato de desempenho no âmbito da administração pública federal; e à lei que trata de processo aos crimes de lesões corporais leves e culposas praticados contra vítima menor de 18 anos.
Os congressistas, no entanto, desembarcarão em Brasília de volta do Carnaval sem saber se está de pé o acordo que havia sido firmado entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Congresso para destravar a votação sobre o Orçamento.
Apesar de parte dos parlamentares e de interlocutores do Executivo no Parlamento acreditarem na manutenção do pacto, no Governo Federal as informações são conflituosas e auxiliares de Bolsonaro resistem em cravar que o acordo está mantido.
Articuladores do acordo dizem que um encontro entre Bolsonaro, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve ocorrer na segunda-feira (2) e que, então, será batido o martelo a respeito do trato.
A intenção do presidente do Senado -que também preside o Congresso- ao marcar a sessão já para a próxima semana é agir para que a questão seja resolvida antes das manifestações pró-Governo de 15 de março, que têm entre seus motes ataques ao Legislativo.
Pressão
O receio no Congresso é que a pressão das ruas faça parlamentares desistirem do acordo. A intenção do Governo com o pacto era retomar o controle de parte do Orçamento. O embate envolve mais de R$ 30 bilhões dos ministérios que hoje estão nas mãos de congressistas.
A equipe econômica tenta um acordo com o Congresso para que metade desses recursos fique livre, com uso à escolha de ministros. Para isso, o Congresso derrubaria um dos vetos que Bolsonaro fez ao Orçamento aprovado no ano passado e enviaria dois projetos de lei para garantir que uma parte dos recursos vá para as mãos do Executivo.
Os projetos de lei que garantem o cumprimento do trato estão prontos. O projeto de lei que altera a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) está no Planalto e o que altera a LOA (Lei Orçamentária Anual) deve chegar lá até segunda (1º).
Emendas
O texto que altera a LDO coloca uma trava ao contingenciamento das emendas de comissão e do relator do Orçamento 2020, o deputado Domingos Neto (PSD-CE). O que altera a LOA devolve R$ 11 bilhões para o controle de ministros, em vez de ficar no poder do relator. Na área política do Governo, porém, há dúvidas se o trato será levado adiante.
Bolsonaro estaria reticente em manter o acordo por avaliar que pode arregimentar os votos para manter seus vetos. O acordo enfrenta resistência também entre senadores. O desgaste aumentou desde que o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) chamou o Congresso de chantagista.

Fonte-diariodonordeste.verdesmares.com.br

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Paralisação de PMs coloca Segurança em arena de disputas políticas

Lideranças do movimento que foram alçadas a cargos eletivos a partir de pautas da categoria negam que haja conotação política no motim, mas o processo evidencia uma linha tênue entre projeto de poder e reivindicações.


"Não se trata de movimento político". A frase é a que mais se repete entre representantes políticos do motim de policiais e bombeiros militares no Ceará, que já se estende por mais de dez dias. Movimentos do tipo, porém, alavancam carreiras políticas no Estado. Os oito anos que separam as duas mais recentes paralisações da PM no Ceará turbinaram a capilaridade eleitoral de militares e colocaram a Segurança Pública numa arena de disputa no Legislativo e no Executivo. Uma linha tênue separa o que é reivindicação classista do que é projeto de poder, com posturas que chegam a testar limites do Estado Democrático de Direito.
Ainda que, nos discursos, nomes como Cabo Sabino (ex-deputado federal), Capitão Wagner (deputado federal), Soldado Noélio (deputado estadual) e Sargento Reginauro (vereador) refutem a politização da atual crise na Segurança Pública, especialmente em ano eleitoral, é fato que eles, há anos, atuam como pontes entre a política e os militares, numa relação que, por vezes, gera um choque entre os interesses da categoria e os da sociedade.
"Estamos às vésperas de uma disputa pela Prefeitura municipal e, obviamente, por mais que esses sujeitos queiram separar o que está acontecendo dessa disputa eleitoral, não é possível", diz o professor e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC), Luiz Fábio Paiva.
Se existe a recusa atual de liderança por parte dos políticos, a afirmação dessa relação no passado é evidente. "Os militares são tão desprovidos de direitos que, somente no momento em que tivemos um representante com mandato para dizer numa tribuna o que não podíamos, foi que o movimento funcionou", afirma Reginauro, em referência à paralisação que começou em 29 de dezembro de 2011, três meses depois de Wagner assumir cadeira de suplente na Assembleia Legislativa; e terminou no dia 3 de janeiro de 2012.
Cabo Sabino, que não conseguiu se reeleger deputado federal em 2018, tomou para si o título de líder do motim atual, segundo ele, partilhado com a presidente da Associação das Esposas dos Militares, Nina Carvalho. "Sou muito mais como um orientador, um consultor para eles", pontua Sabino, que foi afastado da PM neste mês, pela Controladoria-Geral de Disciplina, por "incapacidade moral do mesmo de permanecer nos quadros" da Segurança Pública do Estado e contra quem há um mandado de prisão em aberto, segundo o procurador Geral de Justiça, Manuel Pinheiro.
Mesmo que reconheça a experiência em paralisações anteriores, Sabino defende que construiu sua imagem pública "com o mandato de deputado federal".
Politização
"Não fui para o movimento na condição de liderança", diz também Sargento Reginauro. "Ele começou sem liderança nenhuma, mobilizado por esposas", completa o vereador, também investigado pelo Comando-Geral do Corpo de Bombeiros, por aliciação para motim. Para Reginauro, a influência de políticos sobre a categoria acabou quando eles aceitaram acordo com o Governo sobre reajuste salarial.
"Nesse momento, eles têm peso? Teriam se a greve tivesse estourado no dia 6 de fevereiro, na Assembleia", pontua, em referência à primeira manifestação dos militares pelo reajuste. "Acabou gerando insatisfação, ele (o movimento) ganhou outra conotação, saiu das mãos das lideranças e eclodiu como uma rebelião".
Luiz Fábio Paiva ressalta que a trajetória de politização da Polícia Militar no Estado se dá a partir das plataformas de governos desde a gestão de Tasso Jereissati (PSDB).
"A campanha do Cid Gomes (2007-2014) em 2006 é toda construída em torno de projetos para a PMCE. Essa politização da Polícia Militar produziu também um efeito contrário. Os próprios governos do Estado começaram a encontrar resistências e até adversários políticos oriundos das polícias", destaca Paiva.
Ainda que sejam históricas, no entanto, as interferências políticas na força da Polícia Militar se evidenciaram, sobretudo, após a greve de 2012, frisa o professor da UFC.
"É um momento chave porque você vê grandes lideranças, que hoje são oposição ao Governo, surgirem naquele momento. Capitão Wagner ganha notoriedade a partir dessa primeira greve. E agora há um momento emblemático no início dessa que é o momento da negociação. O Governo do Estado chama justamente os políticos representantes da Polícia Militar para uma mesa de negociação. Esses políticos, de fato, estão ali representando essa categoria? Foi firmado um acordo que não reverberou", afirma.
Logo após o resultado da mesa de negociação, Sargento Reginauro e Soldado Noélio fizeram vídeos assumindo "erro" na negociação, já que, ao serem divulgados os termos do acordo, parte da tropa não os acatou. Desde então, o protagonismo político no processo é cada vez mais desestabilizado. E isso tem ficado mais evidente na dificuldade que os amotinados estão tendo de confiar a alguém a tarefa de os representar na comissão dos três poderes.
Capitão Wagner tem atuado à margem do foco da mobilização desde o episódio da mesa de negociação. Ele trouxe a Fortaleza uma comissão de deputados federais de outros estados com a informação de que seria para tentar reabrir o diálogo com o Governo, mas os parlamentares acabaram tentando legitimar o motim. Agora, Wagner tem pedido apurações, em Brasília, sobre o episódio em que o senador Cid Gomes (PDT) foi baleado em Sobral, ao tentar romper uma barreira de amotinados com uma retroescavadeira.
"Ele decidiu não apoiar. Decidiu não fazer parte, é um direito dele, até porque qualquer aproximação dele nesse movimento iam dizer que era eleitoreiro, que ia prejudicar muito mais a nós", afirma Sabino, um aliado cuja relação vive uma gangorra política, ora em confronto, ora em tapinha nas costas. Recentemente, inclusive, Sabino entregou o apoio do seu partido, o Avante, à pré-candidatura de Capitão Wagner.
"Ele foi bem-sucedido, eu não. Isso não nos torna inimigos. Hoje ele segue com o mandato federal, fazendo o trabalho político dele e eu sigo no meu lugar", diz Sabino sobre o fato de os dois terem rompido em 2018.
Sem respostas
Capitão Wagner não concedeu entrevista, apesar de todos os questionamentos terem sido previamente enviados por meio de sua assessoria de imprensa. Soldado Noelio também não atendeu ao pedido de entrevista.
"Se a minha única preocupação fosse eleitoral, iria dizer que isso (o movimento) é positivo, porque quem me colocou na Câmara, majoritariamente, foram os votos de policiais e admiradores das forças de Segurança. Mas não faço mandato para militares, faço para Fortaleza", afirma Sargento Reginauro.
Sabino afirma que muitos pontos de discussão na atual paralisação ainda são oriundos de 2011-2012, como demandas por vale-alimentação, jornada de serviço e Código de Ética. "Se trata de um movimento por dignidade, por valorização", conclui Sabino.
"Há, no mínimo, um conflito de representatividade", diz especialista 
A relação entre a radicalização de parte dos policiais militares do Ceará e a política é indício de mudanças no cenário de lideranças. É o que afirma a professora e coordenadora do Laboratório de Direitos Humanos da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Glaucíria Mota Brasil.  
"O contexto hoje é outro. As antigas lideranças estão rachadas e, embora a liderança política do Capitão Wagner ainda seja significativa na tropa, não tem a mesma unanimidade do passado, como podemos constatar com os rumos dados ao movimento reivindicatório por melhores salários e condições de trabalho para os PMs do Ceará", pontua Brasil. 
O professor e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC), Luiz Fábio Paiva, ressalta que é preciso verificar os efeitos dessas lideranças políticas na corporação.  
"Todo comportamento de um homem público irradia. Quando você tem um discurso agressivo, de enfrentamento, de ódio, de incitação à violência, é óbvio que isso vai irradiar", afirma o professor e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC), Luiz Fábio Paiva. 
Para Glaucíria, no atual cenário de disputas e interesses políticos, "as antigas lideranças perdem espaço para novas lideranças que surgem a partir do processo de radicalização político-ideológica dos policiais militares que têm o bolsonarismo como a referência nacional".  
"Aqui, há, no mínimo, um conflito de representatividade em pauta no movimento que levou à radicalização, com a paralisação de uma parte dos PMs", frisa a professora. 
Ela ressalta que os novos protagonistas são, na sua maioria, jovens policiais, soldados e cabos que integram a corporação há poucos anos.  
"Nunca é demais lembrar que a história não se repete e que o jogo político do poder é uma máquina de moer corpos", diz Glaucíria. 

Fonte-Por Redação - diariodonordeste.verdesmares.com.br

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Assembleia vai analisar proposta do governador que proíbe anistia a policiais amotinados


Presidente da Assembleia, José Sarto, reuniu a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, ontemFoto: José Leomar

Assembleia convocou sessões extraordinárias para votar, neste fim de semana, Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Executivo que proíbe anistia a PMs envolvidos em motins. MPF abriu procedimento para apurar os atos.


Após a comissão dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) retroceder no diálogo com os policiais militares (PMs) amotinados, que querem novos interlocutores para representar a categoria, outras instituições têm se mobilizado para pressionar o fim dos motins no Estado. Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto (PDT), se reuniu à noite com líderes partidários e de blocos e com a Mesa Diretora para convocar sessão extraordinária a fim de apreciar Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do governador Camilo Santana (PT), que prevê a proibição de anistia ou perdão por infrações disciplinares cometidas por PMs envolvidos em movimentos de paralisação ou motins. Os dias reservados para as deliberações são hoje, domingo, segunda e terça. 
Em paralelo, o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) instaurou procedimento para investigar a prática de crimes “contra a Segurança Nacional, a ordem política e social na greve de policiais militares do Ceará”.
Apesar de greves de policiais já serem vedadas pela Constituição Federal, os dois órgãos atuam para reforçar a necessidade de se fazer cumprir o que diz a lei, principalmente após tentativas fracassadas de acordo com os amotinados para que eles desocupem unidades militares e voltem aos trabalhos. 
“É preciso que se reafirme que não haverá anistia, porque um policial militar que usa balaclava e arma para aterrorizar a população é bandido. É preciso que eles sejam responsabilizados por esses abusos e excessos, que são crimes. Quem entra na Força Militar já vai sabendo que é inconstitucional fazer greve, motim, porque são servidores públicos armados. E dois princípios básicos da função militar são: hierarquia e disciplina”, enfatizou Sarto.
Ele reforçou que a punição se torna necessária pelo fato de os amotinados terem utilizado o Carnaval para pressionar o Governo a ceder. “Lamentavelmente, eles usaram o Carnaval como moeda de troca para prejudicar nove milhões de cearenses. Isso é uma irresponsabilidade sem precedentes da história da Instituição”, acrescentou.
Proposta
Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição do Estado, o presidente da Assembleia deve colocar para votação, amanhã, a quebra de interstício para aprovar a matéria dentro do prazo solicitado para a sessão extraordinária, com a análise podendo ser concluída ainda neste fim de semana. O interstício é o intervalo mínimo para uma PEC tramitar no Parlamento antes de ser colocada em votação. Pelo Regimento Interno da Casa, entre a primeira e a segunda discussão, há um intervalo de 48 horas, exceto para proposições em regime de urgência.
No entanto, antes das discussões em plenário, a matéria é encaminhada à comissão competente, que tem entre 5 e 15 dias para emitir parecer, a depender se tramita em regime de urgência ou conforme o Regimento. Esses prazos podem ser diminuídos com a quebra de interstício. 
A proposta do Governo chegou ontem e deve ser lida hoje em plenário. No projeto, ele pede regime de urgência para apreciação da matéria, o que deve ser votado hoje. O Exército deve reforçar a segurança no entorno da Assembleia. 
Depois de ser lida, a matéria segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso haja quebra de prazos, ela pode ser colocada em pauta no domingo, após parecer da comissão. Por se tratar de PEC, a medida tem que ser votada em dois turnos, que podem ocorrer sucessivamente.
Entenda o caso
Na quinta-feira (27), o então representante dos policiais, coronel reformado do Exército Walmir Medeiros, apresentou à comissão dos três poderes uma lista com 18 reivindicações dos PMs. Mais tarde, o colegiado voltou a se reunir com o coronel e outros interlocutores da classe, que colocaram como principais itens da pauta: anistia, reajuste salarial e regulamentação da carga horária. 
Ontem, eles se encontraram novamente, e a comissão informou que não podia negociar com os representantes apresentados, pois não teriam legitimidade da classe, já que não unificavam a opinião da tropa. Os militares, por sua vez, sugeriram o nome do ex-deputado federal Cabo Sabino para ser o interlocutor, o que não foi aceito pela comissão. Os PMs apontaram, depois, o Soldado Prisco (PSC), deputado estadual da Bahia, e outros nomes.
Sobre os pontos reivindicados, a proposta do governador Camilo Santana enviada à Assembleia deixa claro que a anistia não está em negociação. Segundo o representante do Legislativo na comissão, deputado Evandro Leitão (PDT), o Governo propõe acompanhar todos os processos instaurados junto com uma comissão externa, para que todos os direitos sejam garantidos. “Seria o processo legal, sem retaliação a quem quer que seja. Analisando cada ilícito cometido”.
MPF
O procedimento aberto no MPF irá apurar se os atos cometidos pelos amotinados durante as paralisações dos PMs podem ser enquadrados como crimes tipificados na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).
Conforme a norma, é crime sabotar instalações militares, meios de comunicação, transportes, portos, aeroportos, barragens, fábricas, usinas, entre outros. Além disso, o fato de tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer um dos Poderes da União ou dos estados, assim como incitar a subversão da ordem política ou social, são considerados crimes.
O MPF destaca que, durante os motins, unidades militares foram ocupadas na Capital e no interior, e homens mascarados retiraram viaturas das ruas, esvaziando pneus e rendendo os ocupantes dos veículos para pressioná-los a aderir ao movimento.
O órgão cita, inclusive, o caso de Sobral, em que o senador licenciado Cid Gomes (PDT) foi atingido por dois tiros ao tentar entrar, com um retroescavadeira, em um batalhão da Polícia Militar ocupado por PMs. Na avaliação do órgão, as ações podem colocar em risco o Estado de Direito.
‘Alguns crimes são inerentes à prisão’
Diante do cenário ainda nebuloso sobre a possibilidade de um acordo entre os policiais militares amotinados e o Governo do Estado, o procurador-chefe do Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE), Rômulo Conrado, avalia que alguns atos cometidos pelos agentes da Segurança Pública são crimes inerentes “aos tipos penais de prisão”.
De acordo com ele, enquadram-se na regra: praticar sabotagem contra unidades militares e transportes, barricadas, tomadas de viaturas, conduta sistemática de secar pneus e prejuízos ao funcionamento dos meios de Segurança. 
“Essas condutas prejudicam o funcionamento dos Poderes”, destaca.
Ainda conforme Rômulo Conrado, o procedimento investigativo para apurar ações dos policiais militares durante os mais de dez dias de motins foi aberto pelo fato de algumas atitudes extrapolarem os limites da Justiça Militar, ferindo a Lei de Segurança Nacional.
A súmula 90 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabelece que compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar no âmbito de crimes militares, e à Justiça comum pela prática de crimes simultâneos à sua esfera.
“Algumas condutas, não temos competência (para analisar). O que nos couber, nós vamos aprofundar”, destacou o procurador-chefe.
Apesar de ainda não ter um prazo definido, Rômulo Conrado ressaltou que informações já estão sendo requisitadas a vários órgãos para verificar o que pode ser investigado no âmbito do MPF.
“Vamos fazer análise documental. A depender disso, serão necessárias oitivas de testemunhas. Qualquer medida será bem embasada e fundamentada para garantir a aplicação correta da lei”, esclarece.
Apesar da necessidade dos procedimentos investigativos, o procurador-chefe do MPF no Ceará pondera que é necessário um “diálogo permanente” com os amotinados para chegar a um consenso que atenda aos interesses da sociedade. “Há prejuízos à vida e à Segurança”, enfatiza. 
Sobre o episódio envolvendo o senador licenciado Cid Gomes (PDT) e policiais amotinadas em um quartel de Sobral, Conrado informou que um procedimento está tramitando na Procuradoria da República em Sobral. Ele não disse, no entanto, quando o procedimento deve ser concluído.

Fonte-diariodonordeste.verdesmares.com.br

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Deputado Fernando Hugo (PP) critica as influências políticas na paralisação dos policiais militares do Ceará


De acordo com o parlamentar, o movimento tem caráter político que dificulta a negociação com os amotinados. Fernando Hugo disse também que  a Assembleia Legislativa continuará mostrando o seu papel de intermediador na negociação.

“Transformaram a Polícia Militar do Ceará em verdadeiros currais políticos. Quem quer o bem estar da sociedade não pode politizar essa situação, transformar isso em atos políticos. Eu vi o ofício do governador solicitando ao presidente apoio Federal, sem levar à mesa as diferenças políticas, que sabemos que existem”, afirmou o deputado.

Fernando Hugo observou que Camilo Santana foi o governador que mais investiu na segurança pública do Estado por meio de tecnologia, inteligência e em pessoal. “Não posso deixar de destacar quanto o Governo investiu nos últimos anos. Temos secretários qualificados, que estão de acordo com o projeto que prioriza melhorar a segurança pública do Ceará”.

Fonte-blogrobertomoreira.com

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Ceará tem 6 casos suspeitos de coronavírus em investigação; outros 2 foram descartados


Durante a investigação, os exames dos pacientes do Ceará devem apontar se eles estão com alguma doença que já circula no Estado, como algum tipo influenza.

O Ceará investiga 6 casos suspeitos de coronavírus (COVID-19), conforme informado pelo Ministério da Saúde, nesta sexta-feira (28). No Brasil, o número de casos em investigação chegou a 182. No Ceará, outros dois casos suspeitos da infecção já foram descartados. Um deles, no ínicio do mês, era de um morador de Sobral.  No país, há apenas um caso confirmado, em São Paulo.  
No Nordeste, a Bahia investiga 9 casos e é o estado nordestino que, no momento, concentra mais casos suspeitos. As ocorrências no Ceará são analisados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), em Fortaleza, conforme padrão estabelecido no Estado. 
Os exames devem apontar se estes pacientes estão com alguma doença que já circula no Ceará, como algum tipo influenza
Caso essa possibilidade seja descartada, as amostras devem ser enviadas para um dos Centros Nacionais de Influenza, são eles: a Fiocruz (Rio de Janeiro), o Instituto Evandro Chagas (Pará), ou Instituto Adolfo Lutz (São Paulo) para confirmar ou descartar a infecção por coronavírus.
A Sesa já projetava aumento das suspeitas de infecção no Estado e por isso prepara atualização do Plano Estadual de Contingência adotado no Ceará. Uma das possíveis mudanças é a expansão das unidades de saúde aptas a receberem os casos suspeitos de contaminação, assim como as possíveis internações.
Na quinta-feira (27), quando havia 5 casos suspeitos, o Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde informou que as possíveis infecções eram de quatro pessoas de Fortaleza e uma de Crateús. 

Fonte-diariodonordeste.verdesmares.com.br
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Camilo usa as redes sociais para informar que Bolsonaro prorrogou GLO no Ceará


Camilo Santana.

O governador Camilo Santana usou as redes sociais nesta sexta-feira (28) para informar que a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que se encerraria hoje no Ceará, foi prorrogada por mais uma semana. A determinação foi do presidente Jair Bolsonaro.

“Informo aos cearenses que recebi a confirmação do Governo Federal sobre a prorrogação da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) realizada pelo Exército Brasileiro no Ceará, uma medida necessária pela continuidade do motim de parte dos PMs, que tem provocado insegurança e o aumento da violência em nosso estado. Este é um momento da união de todos contra qualquer ameaça à paz da nossa população”, escreveu Camilo.

O governador ainda enfatizou: “A preservação da vida dos cearenses é papel de todos os poderes constituídos. Informo que a comissão composta pelos três poderes, acompanhada pelo MP, OAB, Exército e Força Nacional, segue trabalhando e dialogando para por fim ao impasse. Reafirmo que sempre estaremos dispostos a ouvir e dialogar, mas não aceito anistia para quem pratica atos criminosos”.

Em tempo

Camilo ainda disse que tudo será feito de acordo com a lei.

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