segunda-feira, 13 de agosto de 2018

POLÍTICA - JUSTIÇA - POLÍCIA FEDERAL - TRF 4 -CASO LULA.

Diretor da PF diz que não soltou Lula por ligação de presidente do TRF4.

Em entrevista ao "Estado de São Paulo", Rogério Galloro relata interferência direta de Thompson Flores para não cumprir soltura.




Segundo diretor da PF, Thompson Flores ligou para ele e o impediu de cumprir a soltura.

No cargo há cinco meses, Rogério Galloro, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que  a corporação não cumpriu a determinação do desembargador Rogério Favreto de soltar Lula em 8 de julho por causa de um telefonema de Thompson Flores, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região

.Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Galloro foi questionado se em algum momento pensou em soltar o ex-presidente. "Diante das divergências, decidimos fazer a nossa interpretação. Concluímos que iríamos cumprir a decisão do plantonista do TRF4 (Favreto). Falei para o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública): 'Ministro, nós vamos soltar'.
Embora estivesse disposto a cumprir a decisão de Favreto, o diretor da PF afirma que recebeu em seguida uma ligação de Raquel Dodge, procuradora-geral da República, que afirmou estar protocolando no Superior Tribunal de Justiça uma ação contra a soltura. "E agora?", perguntou-se Galloro.
Ele narra que recebeu, na sequência, um telefonema do presidente do TRF4. Segundo ele, Flores disse: "Eu estou determinando, não soltem". "O telefonema dele veio antes de expirar um hora. Valeu o telefonema."
Em 8 de julho, Favreto concedeu a liberdade a Lula ao argumentar que a defesa havia apresentado um fato novo, isto é, o impacto da prisão do ex-presidente sobre o processo eleitoral. Na sequência, o juiz Sérgio Moro deixou suas férias para negar a ordem de Favreto. No despacho, o magistrado de Curitiba disse que iria consultar o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo contra Lula pelo caso do tríplex, e Flores.
Gebran Neto também deixou sua folga para cassar a decisão de Favreto. Com o impasse entre os dois desembargadores, o presidente do TRF4 foi chamado a tomar a decisão final, e optou por seguir o entendimento de Gebran Neto.
Em nota publicada após a entrevista, Flores diz ter informado à autoridade competente que despacharia nos minutos subsequentes, sem, "em momento algum", dar alguma ordem por telefone. "A atuação do presidente do TRF4 nos autos do Conflito Positivo de Jurisdição observou o sistema legal pátrio, bem como o direito constitucional do devido processo legal", diz a assessoria do tribunal.
O tribunal também defendeu Gebran Neto, que foi alvo de uma nota da coluna Radar, da revista Veja, intitulada "Sobre fins e meios". De acordo com a publicação, o desembargador teria confessado a amigos ter ignorado a "letra fria da lei" para manter Lula preso. Segundo o TRF4, Gebran Neto "não autoriza ninguém a falar em seu nome, nem a imputar-lhe declaração sobre fatos objeto de julgamento".
Favreto, Moro e Gebran Neto estão sendo investigados no Conselho Nacional de Justiça por suas condutas no caso. 

Prisão de Lula
Na mesma entrevista, Galloro também classifica a prisão de Lula em 7 de abril como "um dos piores dias da minha vida". Ele afirmou que Moro exigiu que a PF cumprisse "logo" o mandado. Ele disse ter ligado para o "negociador" de Lula às 17h30 com uma ameaça. "Acabou! Se ele não sair em meia hora nós vamos entrar." Lula deixou a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo às 18h.
Fonte-Carta Capital.
Blog Nilson Técnico Bosch.

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